SOS Planeta Terra - Experiência de Palestras
Postado em 05/05/2011
Quando conversei com a platéia do "IV Encontro do Universo", em Curitiba, falei de "Água... no planeta Terra". Falei de superpopulação dos rios que são veias de nossas aldeias e metrópoles. De quantos nascem por segundo, minuto, hora, dia, semanas. E os ouvintes, com gratidão, sempre queriam saber mais, mais e mais de um planeta que se esvai numa lenta agonia de fome, sede, guerras em meio à miséria ambiental produzida pela humanidade. Mas, ao invés de ensinar aprendi o ?valor dos amigos? !
Quando palestrei do "Congresso Internacional Ecológico, Científico Ecumênico", em Londrina, falei do espírito da Terra. Da suas energias (solar, eólica, das marés, correntezas ) desperdiçadas, assassinadas e distantes da espiritualidade que não exercitamos. Como orar por um planeta que morre e se esvai numa lenta hemorragia? Com trombose de lixos e detritos nos rios e oceanos? Com ar pestilento e cancerígeno? Também, ao invés de ensinar aprendi o que são ?amigos de valor?!
Apesar de todos participantes terem uma igreja, um templo, uma seita, uma sinagoga, uma mesquita, jamais fiz alusão ao nome religião. Até propus a criação de um Eco Templo, (...sem paredes nem santos, sem portas nem fechaduras, sem altares nem cruzes), numa reserva de área verde, como respeito à Mãe-Natureza. Infelizmente, a crucificação de todos os reinos da natureza é uma terrível ?via crucis? de nosso estúpido consumismo ?one way. E as pessoas, em suas correrias do cotidiano, não têm tempo para meditar. E nem citei Humberto Rhoden, de cósmica postura, eterno cidadão planetário. Uni consciente de que o Todo está em Tudo, e que poucos seres conhecem e leram.
As pessoas estão cada vez menos gente e mais impessoais. Solitárias e materialistas, ao invés de solidárias e de dimensões espirituais aliadas ao eco cosmo.
Assim, sem consciência planetária, vivemos prisioneiros sem encerras dos impostos, taxas e gatilhos de assaltantes e da poluição da biosfera numa contagem regressiva... irreversível! Dirão meus amigos! Onde está o ecólogo? Não sei se poderei responder. Nem rezando? Nem meditando? Mas, projetando soluções de eco-ciência com tecno-alma, pois a ?alquimia da vida? só tem saída na ?vida da alquimia?.
A verdade que a eco apocalipse está ?on line? nos olhos de todos os povos. A exclusão desumana invade as casas via TVs, internet, blogs, mostrando fome, guerras, violência, para nossas assustadas crianças amadurecidas pela estupidez terrena. Crianças, cada vez menos sem castelos e histórias infantis.
Lembro disso, por que minha casa em Pelotas fica a uma quadra do Castelo da XV de Novembro, e umas dez quadras do Castelo do Doutor Simões Lopes. Infância de bicicletas em ruas de chão batido, caçando passarinhos... e as vezes topando com cobras. Porém, a modernidade asfaltou ruas, fez loteamentos, aterraram o rio Santa Bárbara e roubaram nossa florestinha encantada.
Lembro disso, porque no meio da via láctea fica nossa casa-planeta-terra. Rua, bairro, cidade, estado, país, continente são conceitos de pequenos quintais, que repartem neuroses, filosofias, interesses, meras latitudes e longitudes de riquezas e pobrezas mental-espirituais.
A dualidade é uma opção muito unilateral! Cansei dos discursos, dos dogmas, do subjetivo, de slogans, de falsos heróis e das mentiras institucionais. E vocês?
Creio no investimento das riquezas do planeta da alma, da ética, da consciência e da essência da Natureza. Aliás, o idioma português é o único que demonstra que a palavra D ?eu? S, contém a subjetiva energia do ?eu? em seu meio, seu interior, nossa essência!
Respeitamos valores e princípios da vida, (como Cristo, Buda, Chrisna ensinavam), diretamente em seu habitat e ecossistemas em meio aos ?animais puros? que disputam territórios. Os humanos ? ao contrário - são ?puros animais? que por territórios lutam guerras.
Nada de rótulos que tornam a manada humana perdida! Estamos em rota de colisão com a própria natureza, em nossa casa, nossa vida. Indústrias, hinos, bandeiras! Como salvar diversos lugares dessa solitária nave espacial?
O que sobrará depois da vida? Gramas de alma? Milímetros de um nome esquecido? Ou simplesmente dignidade? ... de que merecê-la! Ação e reação! Causa e efeito! Caos!
Carrego um verso de Camões na idéia: ?Estas honras vãs, esse ouro puro, melhor possuí-los sem os ter, do que tê-los sem merecer.?
E, como gaúcho, terra dos revolucionários justos, cabe um verso do poeta Mario Quintana: "As pessoas sem imaginação podem ter tido as mais imprevistas aventuras, podem ter visitado as terras mais estranhas... Nada lhes ficou. Nada lhes sobrou. Uma vida não basta apenas ser vivida: também precisa ser sonhada."
Dr. Gilnei Fróes - (Escritor técnico-científico, Ecólogo, Médico-veterinário, Gestor Ambiental) Em 1990 ? Prêmio de Jornalismo da Brigada Militar do Estado do RGS (com artigo: "TAIM: paralelo 33° ...ameaçado" (Diário da Manhã ? Pelotas / RS); Indicação
ao "The Rolex Awards 1990 (Genebra); e ao "The Global 500 Awards" (ONU /
Kenya) Autor de livros: como "Dossiê da Amazônia". 1° Premio do "I Latino Ambiental Awards". Presidente do "Instituto Bering Fróes Eco Global" . Autor de projetos ambientais internacionais.