O princípio da prevenção aliado ao princípio da precaução, de uso em direito internacional, continuam esquecidos pelos governos. Estes valores são valiosos e aplicáveis ao meio ambiente e seus seres.
Não basta o extermínio da Mata Atlântica e consentirmos com o assassinato de seres e povos da floresta Amazônica, (...perdendo áreas florestais diariamente), de um ecossistema raro e rico em biodiversidade de valor biotecnológico e farmacêutico imensurável. E mais: propício ao retorno de bilhões de dólares ao PIB brasileiro, sob a forma de essências naturais e medicamentos.
Por outro lado, há pseudo cientistas retirando nomes de espécies ameaçadas de extinção, considerando a criação em cativeiro como salvação da floresta, e servindo de desculpas para permitir a construção de projetos mirabolantes de gigantescas de barragens hidrelétricas na Amazônia, como alternativa imprópria para geração de energia.
O incansável desmatamento da Amazônia, servindo para curral de gado, vai permitir a plantação de eucalipto (?pínus? dos pampas), transformando tudo num imenso ?Deserto Verde?.
Ora, o eucalipto promove a espoliação de toda a água. Porém, o DNA dos pássaros e animais silvestres, já sabe ser impossível viver sem água. A água é vital para a sobrevivência humana (... e dos animais) bemcomo para a conservação do meio ambiente. Embora seja considerada um recurso renovável, mais de um (1,5 ) bilhão e meio de pessoas no planeta não têm acesso a água potável. Qual a formula global de disponibilizar água para todos os povos? Será que apenas uma mudança na educação e hábitos de consumo, pode melhorar a gestão e conservação deste valioso recurso hídrico?
Assim, com o crescimento da atividade humana, acelerando a superpopulação e conseqüente ampliação da degradação ambiental representa enormes alterações no meio ambiente natural, em rápido e curto período de tempo. A sociedade não se preparou nem tem mais tempo suficiente para se adaptarem a todos as alterações, (...poluição de rios e oceanos; efeito estufa; aquecimento global; tufões e tsunamis; chuvas e enchentes) além de todas as florestas com muitas espécies ameaçadas ou extintas.
As estatísticas são falhas e mentirosas! Cerca de um quarto de todos os mamíferos estão na Lista de Extinção. Cada gênero e espécie que se extingue, cada ecossistema que desaparece afetam ? cada vez mais ? as propriedades de funcionamento e a capacidade do planeta Terra lidar com novas mudanças.
As ameaças de alterações climáticas são irreversíveis. Todas as evidências científicas apontam para a conclusão de que medidas mais rigorosas e maiores reduções de emissões atmosféricas são - obrigatoriamente - necessárias para a atuação ao nível das alterações climáticas.
A sociedade Civil ? infelizmente - continua indiferente ao esforço global de ONGs, (...sem recursos econômicos!) mas de profunda lógica ecológica. Só a participação ativa (coletiva e efetiva) e financeira da sociedade, acreditando nos cientistas ambientais sem rótulos, pode ser o passaporte eco-eficiente para busca de soluções para nosso futuro comum ameaçadíssimo!
Infelizmente, todos os rios correm para o mar! E a continuada deposição e descarga irresponsável e incontrolada de resíduos e esgotos das cidades tornam os oceanos e paisagens naturais em incontáveis lixeiras aquáticas em expansão. Uma autentica sopa de resíduos perigosos (metais pesados, petróleo) aceleram a morte das algas, recifes e seres marinhos. Exterminamos o que nada se conhece e domina!
A falta de inovação tecnológica consagra a irresponsabilidade política (...usando métodos errados!) de gestão de resíduos. Ademais comprovam ser, em termos de saúde humana e ambiental, fator de gastos econômicos e socialmente ineficaz.
A sociedade consente em varrer o lixo para debaixo do tapete e jogar o pinico de coliformes em águas puras... comprometendo também o futuro dos aqüíferos.
Sob a ótica e ética de precaução zero, permitindo meterem o pé no traseiro de cientistas ambientais, a sociedade está na contagem regressiva... rumo a eco apocalipse!
Dr. Gilnei Fróes - médico-veterinário,
gestor ambiental, ecólogo, amazonólogo e coordenador do Programa
Internacional "SOS" Planeta Terra. Em 1990, indicado ao "The Rolex
Awards" (Suíça) e ao "The Global 500 Awards (Kenia), por entidades de SC
e RS. Premio de Jornalismo da Brigada Militar do Estado do Rio Grande
do Sul, com o artigo "TAIM: Paralelo 33... ameaçado!" Autor do livro "Dossiê da Amazônia". Presidente do "Instituto Bering Fróes Eco Global".