É o simples ponto de partida. Não é um Plano de Ação ou sugestão de Programa de Governo. É o começo de importante compromisso e capacidade da Sociedade buscar saídas (de emergência) para as perigosas e continuadas agressões ao Planeta Terra.
Vivemos num planeta paradoxo, onde 70% é constituído de água, mas apenas 1% disso serve para uso humano. Como será o futuro das populações? As cidades sobreviverão aos racionamentos? E as indústrias de alimentos? E os criadores de animais domésticos? Assistiremos a degradação e devastação da natureza, julgando que fórmulas mágicas da ciência & tecnologia reverterão todas as questões ambientais? Como obteremos energia? ... se as barragens "faraônicas" são modelos que podem ficar comprometidas e sem água fluente nos rios, não funcionarão suas turbinas?
Ademais, com as mudanças climáticas levando à falta de chuvas nas áreas agricultáveis, como se semear e colher grãos, frutos e cereais? E as empresas de transporte, carregarão vento?
Mas o mapa da destruição ambiental é um processo irreversível e contínuo. É local, regional e globalizado. Mas parece que os fatos só são observados pelas chamadas "ONGs." Em realidade o descaso, descanso e despreparo da maioria dos governos são notáveis. Tudo é meramente discursivo, evasivo e de uma postura antiecológica... inqualificável.
A devastação dos ecossistemas das florestas é outra adversidade imperdoável. No caso da Amazônia é um crime de lesa pátria. Pois a riqueza de nossa biodiversidade (... ainda nem catalogada e muito menos estudada!) é transformada em cinzas, capim, deserto e/ou carvão. Como o cofre ecológico do país é deixado aberto para saque indiscriminado de suas raras espécies zoo-botânicas? Como um santuário ambiental é corrompido e extinto pela primitiva indústria da ganância? E as ignorâncias dos que degradam, caçam, queimam, julgando que não estão errados? Isto sem falar nos garimpos ilegais de ouro e diamantes azuis! E as milhares de empresas madeireiras, que sentenciam à morte florestas e espécies da fauna e flora, exterminado ovos, ninhos, filhotes? E com causas que ainda repercutem no ciclo hidrológico, com a diminuição das chuvas e conseqüente alteração do clima do continente, atingindo os países do Tratado de Cooperação Amazônica e até o Estado do Paraná.
Bastam de levantamentos, mapeamentos e zoneamentos. Necessitamos de um "manual de sobrevivência" pra encarar a "sobrevivência manual"? Uma mochila com um "kit" de primeiros socorros ( ... ou quiçá um titulo de eleitor com voto correto!) será o próximo passo da sociedade?
Um passo coletivo para entender que ( sem ONGs, nem projetos sérios da Sociedade) nem os governos sobreviverão? A sociedade já sabe que não há um "salvador da pátria". Mas cada qual deve começar já a fazer por si e suas comunidades, cidades, Estados ou Continentes Latino. É a tal de "responsabilidade ambiental" que semeamos no documento entregue ao futuro do Governador.
Mas, .... sem recursos, nem cofres a disposição, todos os ecologistas (doutores, PHDs, pós-graduados, mestres, escritores, pesquisadores, & gestores ambientais) são um exército ambiental expressivo. Alguns, até desempregados! (pela falta do tradicional "QI" = Quem Indique) Porém, confiantes no conhecimento, na criatividade, na capacidade de trabalho e mobilização de todos nós.
De nosso encontro com Osmar Dias restou um palco de desafios: água, mudanças climáticas, biodiversidade, poluição, energia, desflorestamentos, falta de matas ciliares e gestão ambiental. E, bem sabeis, a sociedade amadureceu e não comete o mesmo erro duas vezes.
"Lao Tse" dizia: "Grandes realizações são possíveis, quando se dá importância aos pequenos começos".
O "Instituto Bering Fróes Eco Global" agradece (em nome dos adeptos que congrega) o compromisso público do senador deixar abertas as portas do Palácio Iguaçú ao chamado Terceiro Setor. Isto, já é um pequeno começo que a sociedade quer, e jamais pode realizar!
Se não começarmos a salvar os ricos e belos ecossistemas do Paraná, como vamos querer salvar o Planeta Terra?
O PARANÁ, 28 de Julho de 2006
Dr. Gilnei Fróes - (Escritor técnico-científico, Ecólogo, Médico-veterinário) Em 1990 – Premio de Jornalismo da Brigada Militar do Estado do RGS (com artigo: "TAIM: paralelo 33° ...ameaçado" (Diário da Manhã – Pelotas / RS); Indicação ao "The Rolex Awards 1990 (Genebra); e ao "The Global 500 Awards" (ONU / Kenya) Autor de livros: como "Dossiê da Amazônia". 1° Premio do "I Latino Ambiental Awards". Presidente do " Instituto Bering Fróes Eco Global " . Autor de projetos ambientais internacionais.